sábado, 24 de janeiro de 2009

A campanha para arrecadar continua

OCAS, que desde 2002 proporciona à população em situação de risco social meios para alcançar uma vida digna, como já noticiamos em dezembro de 2008, continua num período de entressafra de apoios e ainda necessita da sua ajuda para não interromper as atividades.

Agradecemos a todos que já colaboraram e reforçamos que toda contribuição será bem-vinda. Se puderem repassar esta mensagem a seus amigos e conhecidos, talvez tenhamos mais chance de sair da desconfortável situação financeira, afinal, quanto mais pessoas conhecerem o projeto, mais chances teremos de receber apoio.

Quando iniciamos a campanha de arrecadação, fixamos um valor de R$ 22 mil, com prazo até 5 de janeiro, porque estávamos numa corrida contra o tempo para evitarmos endividamento e juros bancários. Infelizmente não conseguimos alcançar nossas metas e tornamos a pedir ajuda de todos.

Continuamos otimistas, crendo que a partir de abril parcerias se renovarão e novas surgirão.

Até a presente data, contabilizando entradas e saídas para pagamento de despesas de praxe, já foram levantados R$ 8.535,90, valor ainda insuficiente para cobrir todas as despesas até abril. Apesar das dificuldades a edição de janeiro/fevereiro entrará em circulação nos próximos dias de janeiro.

Para doar qualquer quantia, gentileza fazer depósito em nome da:
Organização Civil de Ação Social CNPJ n.º 04.847.090/0001-01:
Banco Itaú S/A. Agência n.º 0187
Conta-corrente n.º 44.013-6

Além de doações, as pessoas podem contribuir comprando a revista dos vendedores, no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Se houver dúvidas sobre como adquiri-las escreva para ocas@ocas.org.br solicitando informações.

Cerca de 1500 pessoas já atuaram como vendedores da revista Ocas’’ e de outras atividades de apoio que mantemos e os resultados foram tão positivos que a maioria fortaleceu a auto-estima, retomou a vida no ambiente familiar, voltou aos estudos e muitos até conquistaram um emprego, graças aos novos contatos que fizeram. Contribua você também com um projeto que preza por uma sociedade justa, democrática e participativa.

Nós, voluntários e vendedores da OCAS, agradecemos a sua colaboração e desejamos um ótimo 2009!

Equipe OCAS

domingo, 18 de janeiro de 2009

Futebol e sua formação


O processo de ensino do Futebol junto de crianças e jovens, é um tema que no meu entender não tem merecido a devida atenção da parte dos agentes responsáveis pelo desenvolvimento desta modalidade. Atualmente, no futebol de formação, ainda assistimos a práticas de ensino ou de treino equiparadas ao treino dos adultos e ainda por cima bastante destoadas da lógica interna da modalidade de Futebol. Vejo que este aspecto constitui um problema que afeta o desenvolvimento das crianças e jovens praticantes. Desde bem cedo, logo a partir dos 5 anos de idade, a criança necessita ser confrontada e estimulada com as mais diversas atividades motoras, que lhes permitam desenvolver as capacidades motores, as capacidades coordenativas e a sua inteligência. Atendendo à idade e às dificuldades das crianças ou jovens com quem trabalha, o professor/treinador de Futebol deve planear para cada unidade de ensino ou treino, as atividades mais adequadas ao desenvolvimento das capacidades referidas no parágrafo anterior. Por outro lado, o professor/treinador deve possuir as necessárias competências pedagógicas relacionadas com a instrução, organização, observação e feedback, por forma a favorecer o processo ensino-aprendizagem. Avançando com soluções para esse problema, julgo que as atividades baseadas em jogos praticados em espaços reduzidos, com organizações, regras e objetivos específicos, constituem meios motivantes e que confrontam as crianças e jovens com as situações reais do jogo de Futebol, permitindo-lhes concomitantemente um correto desenvolvimento harmonioso das suas capacidades físicas e cognitivas. Para que este trabalho possa ser desenvolvido, é necessário que os responsáveis pelo desenvolvimento do Futebol passem a assumir de uma vez por todas a importância do desenvolvimento do Futebol de Formação, através da criação de infraestruturas adequadas e da aposta de técnicos com formação especializada a este nível. Neste contexto, torna-se necessário que os clubes apostem num verdadeiro trabalho de escola de Futebol, pois só assim é possível passarmos a ter jogadores melhor formados ao nível do futebol profissional, para além de se reduzirem os custos com a contratação de jogadores, muitos deles oriundos de países estrangeiros e que não possuem a qualidade necessária. Viva ao ensino do Futebol !!

Liderança e sensibilidade



Estilo de liderança que o treinador de futebol deve assumir é um tema que é discutido há alguns anos por se atribuir uma grande relação com o sucesso alcançado pela equipe. Muitas pessoas colocam a seguinte questão: 'Qual é o estilo de liderança mais adequado?' Vários estudos efetuados acerca deste tema e a experiência que tenho vivenciado enquanto treinador de futebol, indicam que não existe um estilo de liderança mais eficaz. Realidades diferentes requerem estilos de liderança também diferentes. Consoante for o nível em que se encontram os nossos jogadores, os objetivos definidos para uma sessão de treino, assim será o estilo de liderança a adaptar pelo treinador. No decorrer de um jogo de futebol, o treinador pode ter a necessidade de adaptar diferentes estilos de liderança ao longo do tempo, consoante sinta quais são as necessidades da equipe, em função do estado de sentimento dos jogadores, do nível do adversário, etc... Enfim, liderar é saber adequar o comportamento à situação, estabelecer a relação treinador-atleta mais apropriada. É preciso ter sensibilidade para liderar!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Revistas de rua formam seleções de futebol de rua

Promotora da Copa do Mundo dos sem-teto, INSP (Associadas a Rede Internacional de Jornais de Rua (INSP) emprega moradores de rua como vendedores das publicações como a brasileira Ocas, que atuam em locais como estações de metrô ou na frente de museus, como o paulistano Masp


Pupo (dir.) orienta treino do time da Ocas
sob viaduto do metrô, no bairro do Brás, em São Paulo


Produzida de forma voluntária por jornalistas, advogados, administradores de empresa e outros profissionais preocupados com a questão social, as publicações de rua têm sido a saída para pessoas sem-teto do mundo inteiro conseguirem reverter situações que muitas vezes chegam à mendicância.Associadas a Rede Internacional de Jornais de Rua (INSP, na sigla em inglês), publicações como a Big Issue -que mantém edições na Inglaterra, Escócia, África do Sul, Japão e Namíbia-, a Cais (Portugal) e a brasileira Ocas empregam moradores de rua como vendedores, que atuam em locais como estações de metrô ou na frente de museus, como o paulistano Masp.Com tiragem média mensal de 8 mil exemplares, entre São Paulo -sede da ONG responsável pela revista- e o Rio de Janeiro, a Ocas emprega atualmente cerca de 50 moradores “em situação de rua” -termo utilizado para designar pessoas sem condições de manter um abrigo fixo. Na transição de sem-teto até um vendedor credenciado e uniformizado, a pessoa passa por um treinamento específico para lidar com o público e recebe 10 exemplares gratuitamente para começar a “tocar o negócio”. A partir daí, adquire cada revista por R$ 0,50 para vendê-la por R$ 2,00 e ficar com o lucro integral.A fórmula, mesmo que em escala reduzida em se tratando de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, vem dando certo. Dos oito “jogadores” que compõe a equipe brasileira que vai disputar a Copa do Mundo Homeless (morador de rua, em inglês) em Gotemburgo, a partir do próximo do dia 25, cinco já conseguiram trocar os albergues em que viviam por quartos alugados.Os benefícios, aliás, são globalizados. Desde o Mundial do ano passado, realizado em Graz, na Áustria, por exemplo, 31 dos 141 “jogadores” que participaram da competição já arrumaram empregos regulares, 12 foram contratados por equipes profissionais -atletas ou treinadores- e 49 tiveram mudança significativa em suas rotinas.“Desde que entrei para a Ocas, passei a ter meu dinheiro para o ônibus, para o café, para comprar livros para estudar e para fazer minha matrícula em concursos públicos”, afirma Celso Pereira, 45 anos, ex-técnico em telecomunicações que tenta batalha contra o alcoolismo e que ficou na lista de espera para uma vaga no Ministério Público Estadual.

Danilo Valentini
UOL Esporte - Especial

sábado, 3 de janeiro de 2009

O Futebol, pode...



Ao contrário do que ocorre no futebol, educadores populistas não aceitam que na educação se selecionem os alunos mais promissores e se dêem a eles as condições para que desabrochem seus talentos.

Quantos clubes de futebol têm escolinhas para garimpar e lapidar futuros jogadores. São muitas e merecedoras de aplausos as escolinhas, pelo trabalho de identificar e preparar os jogadores que nos fascinarão com a sua magia. A regra é simples: olheiros garimpam talentos e trazem os melhores para o regime férreo da escolinha. Ao fim das Olimpíadas de 2004, descobriu-se o óbvio: se fizéssemos o mesmo em outros esportes, conquistaríamos mais medalhas.
Mas, curiosamente, educadores de estirpe populista não aceitam que se faça o mesmo na educação, selecionando os alunos mais promissores e dando a eles as condições propícias para que desabrochem seus talentos. Um alto funcionário do MEC confessou candidamente que lhe dói o coração ver alguém sendo premiado. Renegando a Olimpíada de Matemática, porque só premia alguns poucos vencedores, pergunta outro dignitário: e os pobres?
Mas essa é a pescaria que vai escolher aqueles que irão desempenhar funções de liderança, receber responsabilidades maiores na administração e impulsionar a ciência. São eles os que podem mudar o país.
De fato, nenhuma nação séria se dá ao luxo de desperdiçar talentos latentes. Todas têm mecanismos competentes para pescar os talentos que se escondem nas camadas mais modestas da sociedade – dos alunos mais ricos, as próprias famílias cuidam. Nos Estados Unidos, há as chamadas magnet schools e muitas universidades têm programas voltados para alunos superdotados do ciclo básico. A Rússia sempre teve tais programas. Artistas, atletas e os superdotados eram desviados para escolas especiais. Cuba faz o mesmo.
Nossos governantes acham feio tirar os pobres talentosos do meio em que vivem (os países ricos estão errados, só nós estamos certos!). Mas, segundo os psicólogos especializados, esse meio abafa os talentos. Os colegas obrigam muitos a fingir mediocridade para não serem marginalizados. Outros enterram seu talento por não serem socialmente aceitos. Os próprios pais não os valorizam, e há os que preferem esmagar traços tão inquietantes. Os professores recusam tais alunos, cruz-credo, por não saberem como lidar com eles. Mas a doutrina dos gurus de plantão é que não se pode tirá-los do seu meio (ficam assim mais acessíveis para ser recrutados pelo narcotráfico, que gosta de talentos).
Acreditando que não há maior riqueza em um país do que cérebros bem preparados, uma instituição filantrópica privada chamada Ismart (www.ismart.org.br) criou programas para identificar superdotados pobres, em escolas públicas, e prepará-los para ganhar uma bolsa de estudos em boas escolas privadas do Rio e de São Paulo. O objetivo é que passem em vestibulares de primeira linha. Com o aperfeiçoamento do programa, os testes serão substituídos por "olheiros" acadêmicos, isto é, professores treinados para observar os alunos, na busca dos que têm os melhores prognósticos de uma carreira escolar destacada.
Pode haver maior justiça social do que permitir aos bem-dotados pobres atingir os mesmos píncaros profissionais que os ricos atingem? Pode haver maior desperdício e injustiça do que deixar fenecer em escolas medíocres os futuros Einsteins e Bill Gates?
Pois bem, ao programa custou obter autorização para aplicar os testes que identificam os mais talentosos nas escolas públicas do Rio. Em São Paulo, foi negada. Não é politicamente correto identificar quem são os superdotados. É palavra feia. Que persista a maldição da mediocridade para todos. Burocratas até sugeriram que o programa fosse transformado em um outro para alunos com dificuldades.
Infelizmente para o país, existem poucos programas como o Ismart. Embraer/Pitágoras tem uma escola, há uma em Lavras e em Brasília há algo do gênero. Podemos selecionar atletas, podemos garimpar diamantes brutos no cascalho. Mas é pecado ideológico garimpar as inteligências que brilham como diamantes. Essa é a noção de justiça social de alguns dos nossos educadores. Dos superdotados, lapidaremos apenas os ricos, pois o Estado não consegue impedir as ações paternas para valorizá-los. Mas, no futebol, pode.
Claudio de Moura Castro